No projeto, a memória está presente em vários elementos, e com diversos significados, servindo de suporte para falarmos da contemporaneidade. A fachada tombada, conta com um especial cuidado no processo de recuperação, resgatando o brilho de sua arquitetura em estilo Art Déco. Ao atravessar a porta, revelam-se nos interiores o uso de diversos elementos importantes do projeto original, como luminárias, painéis, portas, entre outros, porém resignificados assumindo novos usos e funções dentro do espaço. Desta feita, podemos apropriar da memória como suporte para as necessidades do mundo contemporâneo.

O novo empreendimento, transforma o hotel em edificação residencial que conta com 50 apartamentos em diversas tipologias. Além disso, contará com espaços coletivos e uma área de Lazer no rooftop. Para nós, este espaço assume importância simbólica pois permite o diálogo entre as épocas, revelando os interiores ao espaço externo em um lugar pensado para se olhar a cidade e para seu desenvolvimento. Por fim, o projeto apresenta uma evolução no conceito dos espaços de coworking já projetando com um olhar contemporâneo das novas formas de trabalhar. Ao invés de se constituir em um único lugar, os espaços de trabalho se desenvolvem pelos pavimentos, aproximando e facilitando ao morador ter mais conforto em sua nova rotina. Assim se constitui o Paysandu 23 um projeto que se veste da memória sempre buscando novas interpretações para tratar da contemporaneidade e do futuro do morar.